Q10 e ácido alfa-lipóico no tratamento da COVID-19 longa
Após infecção por SARS-CoV-2, muitas pessoas ficam com sintomas crónicos como fadiga, dor muscular, depressão e perturbações do sono. Segundo um estudo publicado na Clinical and Experimental Medicine, a suplementação com Q10 e ácido alfa-lipóico pode ajudar a combater o cansaço e outros sintomas. Os autores descrevem de que modo o Q10 e o ácido alfa-lipóico favorecem a renovação energética celular em vários sentidos e constituem antioxidantes que protegem as células contra stress oxidativo e lesão celular.
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Nas últimas décadas, inúmeros estudos têm associado baixos níveis de selénio no sangue à doença cardiovascular, cancro, aumento do risco de infecção, perturbações da tiróide, e várias outras doenças. Dado que os problemas com carência de selénio são generalizados, a suplementação com este nutriente pode ser vantajosa para a saúde geral. Num artigo de revisão, publicado na Oxidative Medicine and Cellular Longevity, os autores estudaram o papel do selénio em várias doenças e perturbações metabólicas.
O Q10 é um elemento crucial na renovação energética celular, além de constituir um antioxidante protector. O nosso organismo é capaz de produzir a maior parte do próprio Q10, mas com a idade a síntese de Q10 endógeno diminui, e o mesmo acontece com certas doenças e em consequência da toma de certos tipos de medicamentos. Uma grande metanálise mostrou que a suplementação com Q10 consegue reduzir a fadiga crónica em pessoas saudáveis, bem como em pessoas com doenças. Ao que tudo indica, a toma de doses maiores por mais tempo resulta melhor para os níveis de energia. É fundamental optar por um suplemento de Q10 de qualidade adequada e com documentação que garanta que as moléculas de Q10 são devidamente absorvidas no sangue e chegam às centrais eléctricas energéticas das células.
As doenças cardiovasculares são a causa principal de morte. Contudo, em 2013, o Professor Urban Alehagen, cardiologistas sueco, demonstrou que a administração de suplementos de selénio e Q10 a idosos pode reforçar o coração e reduzir a taxa de mortalidade cardiovascular em mais de 50 por cento. Em investigações seguintes, observou-se que os dois suplementos tinham efeito a longo prazo na esperança de vida, mas há mais que se lhe diga. Num estudo absolutamente novo, publicado na European Journal of Nutrition, Alehagen consegue demonstrar em pormenor que o selénio e o Q10 são benéficos no stress oxidativo e inflamação, ao mesmo tempo que melhoram vários biomarcadores da saúde cardíaca. E explica igualmente porque é que pode ser difícil obter Q10 e selénio em quantidade suficiente durante toda a vida.
Um estudo anterior demonstrou que a suplementação diária com coenzima Q10 e selénio, em idosos, aumenta a resistência do músculo cardíaco e reduz a mortalidade cardiovascular em mais de 50 por cento. Agora, uma equipa de cientistas suecos e noruegueses verificou que estes dois nutrientes também conseguem abrandar o encurtamento, relacionado com a idade, dos telómeros celulares, que se encontram na estremidade de todas as cadeias de ADN. Os telómeros são comparáveis às pequenas agulhetas que impedem os atacadores de se desfiarem e enlearem. Tal como as agulhetas, os telómeros protegem as cadeias de ADN, mas estão sujeitos a atrito e acabam por se desgastar. Quanto maior for o desgaste dos telómeros, mais vulnerável fica o ADN celular, até chegar ao ponto de a célula acabar por morrer. Tudo indica que Q10 e selénio preservam o comprimento dos telómeros, permitindo assim manter a boa saúde por mais tempo.
Durante a gravidez, o feto precisa de diversos nutrientes para o desenvolvimento adequado do cérebro e sistema nervoso. Ainda que a mãe faça uma alimentação equilibrada, pode ser difícil obter selénio em quantidade suficiente, por várias razões. Num estudo italiano em animais, publicado na Nutrients, os cientistas analisaram aprofundadamente o papel do selénio durante a gestação e o aleitamento. Observaram que mesmo uma insuficiência de selénio mínima pode ter impacto negativo no comportamento e desenvolvimento do cérebro da descendência. Este estudo corrobora estudos anteriores em humanos, que mostram como é primordial a mãe obter selénio suficiente durante a gravidez e o aleitamento materno.
É do conhecimento geral que a actividade física reforça a capacidade do cérebro de formar novas células cerebrais – ou neurónios. Ainda assim, os mecanismos subjacentes têm sido um mistério para a ciência. Contudo, uma equipa de cientistas australianos descobriu recentemente que, durante o exercício físico, os ratos produziam uma proteína que contém selénio e que ajuda o cérebro a sintetizar novas células cerebrais. Os cientistas consideram este estudo extraordinário, e admite-se que a terapêutica com selénio possa ser usada, no futuro, para prevenir e tratar o declínio cognitivo em pessoas que não podem fazer exercício físico ou nas que são susceptíveis de ter défice de selénio. Isto é particularmente relevante nos doentes de Alzheimer e em pessoas que sofreram AVC. Acresce que, na Europa, pode ser bastante difícil obter selénio em quantidade suficiente na alimentação, ainda que equilibrada.
Q10 é uma coenzima extraordinária com uma função essencial na renovação energética e como antioxidante potente. O organismo produz a maior parte do Q10 para as suas próprias necessidades, mas a síntese endógena do composto diminui com a idade. Além disso, as estatinas e os bifosfonatos usados para tratar a osteoporose afectam a síntese de Q10 do organismo. Durante as últimas duas décadas, inúmeros estudos mostraram que a suplementação com Q10 pode retardar o processo de envelhecimento. O Q10 é igualmente útil na insuficiência cardíaca e em várias outras perturbações crónicas que, normalmente, surgem com a idade. Isto mesmo está descrito num artigo de revisão publicado em Mechanisms of Ageing and Development. No caso dos suplementos de Q10, é importante optar por suplementos de qualidade farmacêutica, com qualidade e biodisponibilidade comprovadas.

Algumas pessoas que tomam estatinas para diminuir o colesterol podem sofrer de depressão devido ao facto dos medicamentos diminuírem os níveis de Q10, uma substância muito importante para a produção de energia celular. Os suplementos de Q10 tomados juntamente com a medicação podem prevenir este efeito secundário.