O que é o selénio?
O selénio é um mineral relacionado com o enxofre. As plantas obtêm selénio do solo sob a forma de selenato, do mesmo modo que obtêm enxofre na forma de sulfato. O organismo contém cerca de 13-20 mg de selénio, 50% dos quais estão armazenados no fígado. Todas as células contêm selénio. As maiores concentrações de selénio estão nas glândulas sexuais e no sémen.
O selénio é um oligoelemento, o que significa que está presente na alimentação apenas em quantidades microscópicas. O selénio é um composto da glutationa que existe em todas as células. A glutationa foi a primeira enzima de selénio a ser descoberta.
O selénio foi descoberto em 1817, pelo sueco Jöns Berzelius, que deu a este elemento, anteriormente desconhecido, o nome da deusa grega da lua, Selene. O conhecimento científico evoluiu com o tempo. Outrora, pensava-se que era extremamente tóxico, mas hoje sabe-se que previne o cancro.
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No solo, o selénio encontra-se na sua forma inorgânica. A precipitação decompõe o selénio em partes mais pequenas (fracções), que podem ser absorvidas do solo pelas plantas e pelas bactérias. As plantas só absorvem o selénio inorgânico do solo. No interior da planta, o selénio inorgânico é transformado em selénio orgânico através de fotossíntese. Os animais obtêm selénio por ingestão das plantas. Já as pessoas obtêm selénio através do consumo de plantas ou carne de gado que tenha ingerido plantas. E é desta forma que o selénio percorre toda a cadeia alimentar.
A diferença entre o selénio inorgânico e o orgânico consiste no facto de o selénio orgânico conter carbono. O carbono aumenta a absorção do selénio no organismo, além de ser uma forma menos tóxica do composto. Os animais e as bactérias absorvem selénio inorgânico e orgânico.
O selénio é um mineral que se encontra no solo, tal como o ouro, o urânio e o ferro. As pessoas obtêm mais ou menos selénio na alimentação, consoante a região onde vivem, uma vez que o teor de selénio no solo varia de região para região.
Para além da localização geográfica, os métodos agrícolas também condicionam a quantidade de selénio que se obtém na alimentação. Devido aos métodos agrícolas intensivos usados actualmente, no mesmo espaço são cultivadas mais plantas, mas a quantidade de selénio no solo mantém-se inalterada, deixando a cada planta menos selénio para absorver.
Isto faz baixar o teor de selénio nas colheitas. Consequentemente, o teor de selénio no gado de pasto também diminui. O resultado desta redução de selénio é as pessoas obterem muito menos selénio do que antes.
Em muitos países, as autoridades corrigiram este desequilíbrio, adicionando selénio à ração para animais, reconhecendo que ajuda a prevenir doenças nos animais.