- e aumentam a esperança de vida
As doenças cardiovasculares são a causa principal de morte. Contudo, em 2013, o Professor Urban Alehagen, cardiologistas sueco, demonstrou que a administração de suplementos de selénio e Q10 a idosos pode reforçar o coração e reduzir a taxa de mortalidade cardiovascular em mais de 50 por cento. Em investigações seguintes, observou-se que os dois suplementos tinham efeito a longo prazo na esperança de vida, mas há mais que se lhe diga. Num estudo absolutamente novo, publicado na European Journal of Nutrition, Alehagen consegue demonstrar em pormenor que o selénio e o Q10 são benéficos no stress oxidativo e inflamação, ao mesmo tempo que melhoram vários biomarcadores da saúde cardíaca. E explica igualmente porque é que pode ser difícil obter Q10 e selénio em quantidade suficiente durante toda a vida.
O Q10 tem um papel crucial na renovação energética celular e também como antioxidante que protege o organismo contra o stress oxidativo. As perturbações nas mitocôndrias energéticas das células e o stress oxidativo também podem intervir nos diversos tipos de perturbações hormonais que comprometem a glândula da tiróide, o pâncreas, as glândulas sexuais, pituitária e suprarrenais. Num novo artigo de revisão, publicado em Antioxidants, os cientistas fizeram uma análise mais aprofundada do papel do Q10, focando-se especialmente em hipertiroidismo, diabetes tipo 2 e má qualidade espermática, problemas que podem ser corrigidos através de suplementação.
A deficiência primária de Q10 é uma disfunção rara em que a incapacidade do organismo de sintetizar Q10 pode levar a um tipo raro de doença nefrótica, que não é passível de tratamento com medicamentos. Contudo, segundo um novo estudo, publicado em Kidney International, tudo indica que a suplementação com Q10 pode reduzir a excreção de proteínas pelo rim, proteger a função renal e diminuir a mortalidade. Com base nestes achados, os cientistas concluíram que todos os doentes com deficiência primária de Q10 devem, de preferência, fazer terapêutica de Q10 precoce e para a vida, de modo a impedir a progressão da doença e a evitar futura lesão orgânica.
O Q10 é um elemento crucial na renovação energética celular, além de constituir um antioxidante protector. O nosso organismo é capaz de produzir a maior parte do próprio Q10, mas com a idade a síntese de Q10 endógeno diminui, e o mesmo acontece com certas doenças e em consequência da toma de certos tipos de medicamentos. Uma grande metanálise mostrou que a suplementação com Q10 consegue reduzir a fadiga crónica em pessoas saudáveis, bem como em pessoas com doenças. Ao que tudo indica, a toma de doses maiores por mais tempo resulta melhor para os níveis de energia. É fundamental optar por um suplemento de Q10 de qualidade adequada e com documentação que garanta que as moléculas de Q10 são devidamente absorvidas no sangue e chegam às centrais eléctricas energéticas das células.
As doenças neurológicas, como doença de Alzheimer, demência, depressão, doença de Parkinson, AVC, enxaqueca e fibromialgia, são bastante comuns. Estas doenças são consequência de desequilíbrios no sistema nervoso, e, muitas vezes, são insidiosas. Num artigo de revisão recente, publicado em Frontiers in Neuroscience, investigadores estudaram o papel do Q10 nas diversas perturbações neurológicas. E isto porque o Q10 é fundamental para a renovação energética e constitui um antioxidante que protege o sistema circulatório e as células nervosas contra danos oxidativos. Com a idade, a síntese endógena de Q10 diminui, e determinadas doenças e certos medicamentos também comprometem a síntese de Q10 pelo organismo.
- quando tomado na dose ideal
O Q10 é um suplemento bastante conhecido para aumentar os níveis de energia e reforçar a boa circulação. Segundo uma nove metanálise, publicada na Molecular Nutrition Food Research, o composto também pode inibir a inflamação, que é o denominador comum da maior parte das doenças crónicas. Isto requer doses suficientemente elevadas do composto, e é igualmente fundamental tomar suplementos de qualidade superior e absorção comprovada.
- e os suplementos podem ter utilidade terapêutica
A hemocromatose hereditária é um grupo de doenças que se caracterizam por acumulação de ferro no organismo. Isto leva ao stress oxidativo e destruição tecidual, o que pode afectar o fígado e outros órgãos. De acordo com um novo estudo argentino, os doentes com hemocromatose hereditária têm falta de Q10. Como o Q10 é primordial para a renovação energética celular, além de constituir um antioxidante potente contra o stress oxidativo, a insuficiência de Q10 contribui para a doença. É por isso que o Q10, como esclarecem os investigadores responsáveis pelo novo estudo, pode representar um agente novo e seguro no tratamento da doença.
Após infecção por SARS-CoV-2, muitas pessoas ficam com sintomas crónicos como fadiga, dor muscular, depressão e perturbações do sono. Segundo um estudo publicado na Clinical and Experimental Medicine, a suplementação com Q10 e ácido alfa-lipóico pode ajudar a combater o cansaço e outros sintomas. Os autores descrevem de que modo o Q10 e o ácido alfa-lipóico favorecem a renovação energética celular em vários sentidos e constituem antioxidantes que protegem as células contra stress oxidativo e lesão celular.