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Carência de selénio, intolerância ao glúten, e perturbações metabólicas

Carência de selénio, intolerância ao glúten, e perturbações metabólicasA carência de selénio pode aumentar o risco de intolerância ao glúten/doença celíaca, o que pode levar a perturbações metabólicas e vice-versa. Porque as carências de selénio podem ser consequência de má alimentação e de síndrome de malabsorção, isto pode tornar-se facilmente um círculo vicioso.

O oligoelemento selénio é crucial para a saúde. Reforça mais de 30 proteínas seleniodependentes, de que todas as células precisam. O selénio também reforça um grande número de antioxidantes únicos e muito potentes que protegem as células e os tecidos contra certas moléculas agressivas, os chamados radicais livres. Todos nós estamos expostos em maior ou menor grau aos radicais livres, visto que são um subproduto natural do metabolismo do oxigénio celular. O impacto dos radicais livres é aumentado substancialmente por factores como stress, processos de envelhecimento, excesso de peso (principalmente excesso de gordura abdominal), tabagismo, mercúrio, medicamentos, radiação, e inflamação crónica. Escusado será dizer que quanto mais forem os radicais livres a que estamos expostos, maior é a necessidade de selénio.

A doença celíaca pode ser causada por carência de selénio e ataque de radicais livres no intestino delgado

Se tivermos muito pouco GPX, um determinado tipo de antioxidantes que contêm selénio, no intestino delgado, cascatas de radicais livres podem atacar a mucosa intestinal e causar inflamação crónica. Além de que pode levar a malabsorção do selénio proveniente da alimentação. A doença celíaca activa provoca hiper-reacção da interleucina-15 (IL-15), que estimula as células T das defesas imunitárias e reforça os mecanismos de destruição na mucosa intestinal. Ao bloquear a IL-15, é possível prevenir a destruição grave dos tecidos e outras complicações da doença celíaca.
Como as proteínas e os antioxidantes que contêm selénio desempenham um papel tão essencial nas defesas imunitárias e na protecção de células e tecidos, incluindo a mucosa intestinal, geralmente é muito importante obter selénio suficiente, mesmo em termos de prevenção da doença

A doença celíaca é uma forma de intolerância ao glúten e é uma doença auto-imune que provoca inflamação no intestino delgado, com diversas complicações por todo o organismo. É uma doença crónica, mas o doente pode curar-se completamente com uma dieta integralmente isenta de glúten, desde que o intestino delgado não tenha sofrido lesões irreversíveis.

O círculo vicioso da doença celíaca, perturbações metabólicas comuns, e carência de selénio

A doença celíaca, bem como as duas doenças metabólicas comuns, doença de Hashimoto e doença de Graves, todas são doenças auto-imunes. Vários estudos ligam estas doenças umas às outras e até relacionam todas elas com carência de selénio, visto que se tem verificado que muitas pessoas com doença de Hashimoto e doença de Graves também sofrem de doença celíaca ou de outras formas de intolerância ao glúten. Dado que esta relação está perfeitamente documentada, os investigadores recomendam que todas as pessoas com perturbações metabólicas auto-imunes façam rastreio à intolerância ao glúten e vice-versa. Deve-se também aumentar o aporte de selénio proveniente da alimentação ou de suplementos.

A doença de Hashimoto, que abranda o metabolismo (hipotiroidismo), provoca inflamação da glândula tiróide. A doença de Graves acelera o metabolismo (hipertiroidismo) e também é causada por inflamação da tiróide. Sabe-se agora que há relação entre carência de selénio e doença celíaca e estas duas doenças.

Porque é que a carência de selénio é tão comum

As melhores fontes de selénio são vísceras, peixe, ovos, marisco e alimentos integrais. Contudo, como o solo agrícola em muitas regiões da Europa é muito pobre em selénio, e porque muitas pessoas evitam peixe e vísceras, é muito fácil ficar com carência de selénio. Também é sabido que as pessoas com doença celíaca/intolerância ao glúten podem ficar com carência de selénio, porquanto evitam o trigo. Os investigadores ainda não chegaram a acordo quanto às reais necessidades de selénio do ser humano. Em vários estudos de doentes com doença de Hashimoto e doença de Graves, utilizaram-se doses diárias de 200 microgramas.

A levedura de selénio é a fonte melhor e mais natural para suplementos

A levedura de selénio que contém diversos compostos de selénio orgânico é a que mais se aproxima da variedade de selénio natural que se obtém numa alimentação equilibrada. Os suplementos de levedura de selénio provaram aumentar a actividade do potente antioxidante GPX que protege a tiróide e a mucosa do intestino delgado contra ataques dos radicais livres.

Compostos importantes contendo selénio

Composto contendo selénio Função
Deiodinase tipo 1-3 Hormonas tiroideias
GPX 1-6 (Glutationa Peroxidase) Antioxidantes potentes
Selenoproteína P Antioxidante e transporte de selénio no organismo
Selenoproteína R e N1 Antioxidantes com várias outras funções
Selenoproteína T Reforça as estruturas celulares e proteínas

Mesmo ligeiras carências de selénio podem provocar funcionamento deficiente das proteínas seléniodependentes

 

A doença auto-imune provoca inflamação e radicais livres

Todas as doenças auto-imunes e muitas outras doenças crónicas caracterizam-se por inflamação, o que nem sempre é sentido imediatamente. Mas a inflamação bombardeia literalmente o organismo com radicais livres que atacam as células e são extremamente nocivos.



IMPORTANTE

Qualquer pessoa com uma perturbação metabólica deve fazer rastreio à intolerância ao glúten e vice-versa.                          

Bibliografia

Pernille Lund: Har du problemer med dit stofskifte. Ny Videnskab 2015

Stazi AV, Trinti B. Selenium deficiency in celiac disease: risk of autoimmune thyroid diseases. PubMed.gov 2008

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19034261

https://da.wikipedia.org/wiki/C%C3%B8liaki

http://chriskresser.com/the-gluten-thyroid-connection

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