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O selénio e o iodo formam dupla de sucesso. Será que obtemos o suficiente?

O selénio e o iodo formam dupla de sucesso. Será que obtemos o suficiente?A interacção entre o selénio e o iodo é decisiva para a tiróide e para o metabolismo. A carência de um ou dos dois nutrientes, aliada a exposição a toxinas ambientais, pode ter consequências graves e contribuir para algumas das perturbações metabólicas mais frequentes.

O selénio e o iodo fazem uma boa dupla, mas será que obtém o suficiente? As perturbações metabólicas têm aumentado exponencialmente à escala mundial. E como estas perturbações, na sua maioria, não se dá por elas, não são diagnosticadas. Ao mesmo tempo, cerca de 20 por cento das pessoas com diagnóstico e que recebem tratamento médico para a sua doença não melhoram. Deve ser dada muito mais atenção ao selénio e ao iodo - em parte porque estes oligoelementos essenciais funcionam em equipa na regulação das hormonas tiroideias, e em parte porque a alimentação moderna e a exposição a toxinas ambientais aumentam o risco de carências e desequilíbrios.

De que modo o iodo e o selénio regulam as hormonas tiroideias

A glândula tiróide, situada na porção anterior da laringe, segrega duas hormonas. A T4, a hormona inactiva, contém quatro átomos de iodo, ao passo que a T3, a hormona activa, contém três átomos de iodo. Para activar o metabolismo nos diversos tecidos e células do organismo, as enzimas contendo selénio retiram um átomo de iodo da hormona T4, convertendo-a em T3 activa. Esta conversão é regulada de acordo com as necessidades próprias do organismo. Como se imagina, para que tal seja possível, são precisos selénio e iodo em quantidade suficiente; e será que os temos em quantidade suficiente ou temos falta deles?

Baixa ingestão de selénio na Europa e desacordo quanto às necessidades reais

Estima-se que 20% da população europeia não obtenha a quantidade se selénio recomendada, ou seja, cerca de 55 microgramas por dia. Os vegetarianos, vegans e pessoas que não consomem peixe estão em maior risco de falta de selénio.
A ingestão de selénio na Europa é consideravelmente inferior à de noutras regiões do mundo, como seja E.U.A. e Japão. Isto decorre das condições do solo e dos hábitos alimentares. Os cientistas ainda não conseguiram chegar a acordo quanto à quantidade de selénio de que realmente precisamos.

O mercúrio e outros metais pesados aumentam a necessidade de selénio

Os átomos do selénio ligam-se aos átomos do mercúrio e formam seleneto de mercúrio, um composto não-tóxico que o organismo consegue excretar. Contudo, depois de ligados nesta forma, os átomos do selénio não podem ser incorporados nas muitas selenoproteínas que regulam o nosso metabolismo, defesas imunitárias e outras funções vitais. É por isso que a exposição ao mercúrio e a outros metais pesados aumenta a necessidade de selénio.

100-200 microgramas diários de selénio testados em perturbações metabólicas

Dois projectos de investigação dinamarqueses prevêem investigar o efeito do selénio em duas perturbações metabólicas comuns. Uma, a Doença de Hashimoto, implica metabolismo diminuído (hipotiroidismo), ao passo que a outra, conhecida por Doença de Graves, caracteriza-se por actividade excessiva da glândula tiróide (hipertiroidismo). São ambas ditas doenças auto-imunes, em que os anticorpos atacam a glândula tiróide. Nos dois estudos dinamarqueses, serão administrados suplementos diários de levedura de selénio orgânico (100 microgramas) como tratamento.
Estudos (internacionais) anteriores mostraram que a suplementação com 200 microgramas de selénio melhora a qualidade de vida, reduz a quantidade de anticorpos e melhora a estrutura da glândula tiróide, nas duas doenças auto-imunes referidas.

Enriquecimento do sal com iodo - subsiste, no entanto, carência de iodo

No ano 2000, instituiu-se na Dinamarca, com carácter obrigatório, o enriquecimento do sal com iodo, porquanto o aporte de iodo entre os dinamarqueses era inferior às recomendações internacionais. Contudo, apesar de o aporte de iodo ter aumentado ligeiramente, continua a ser baixo, especialmente entre as mulheres grávidas. Há ainda outros factores que contribuem para a taxa de iodo no organismo.

Sabia que o sal marinho contém menos iodo do que o sal de mesa normal enriquecido como iodo?

A carência de selénio e o metabolismo lento podem ser consequência de vários factores, como:

  • Má alimentação sem peixe ou marisco
  • Falta de selénio e desequilíbrio entre o iodo e o selénio
  • Grande consumo de bociógenos, como rebentos de soja (edamame, tofu, leite de soja, etc.), amendoins e legumes da família das crucíferas, como brócolos e outros tipos de couve - especialmente crus ou fermentados
  • Gravidez
  • Tabagismo
  • Compostos de flúor em dentífricos, elixires orais, e lençóis freáticos contaminados. Revestimentos anti-sujidade e hidrófugos presentes no Teflon, papel-pergaminho, pratos de papel de pizas, impregnação, etc.
  • Cloro em água clorada e agentes de limpeza
  • Bromo em pesticidas, determinados alimentos processados, certos tipos de plástico, corantes, etc. O bromo também se encontra no peixe contaminado
  • Lítio, geralmente usado no tratamento de doenças bipolares. 40-50% destes doentes sofrem de bócio.

Sabia que os compostos de flúor no organismo podem ter malefícios para o metabolismo e aumentar o risco de cancro?

Carência de iodo tem implicações graves na saúde

A carência de iodo pode provocar bócio (hipertrofia da glândula tiróide), hipotiroidismo (metabolismo diminuído) e hipertiroidismo (metabolismo aumentado). Na criança, pode verificar-se nanismo e atraso mental.

Dose diária recomendada de iodo

Adultos: a partir dos 11 anos: 150 microgramas

Crianças: 1 a 10 anos: 70 microgramas

Gravidez e amamentação: 175 e 200 microgramas, respectivamente

Maior necessidade: grávidas, crianças em crescimento, idosos, vegetarianos e vegans. Em caso de intoxicação por cloro, flúor ou bromo há maior necessidade de iodo.

Sabia que o iodo ajuda o organismo a eliminar toxinas ambientais - em especial halogénios como bromo, flúor e cloro - e que isso pode aumentar a necessidade de iodo para regular as hormonas tiroideias?

Fontes de iodo, sobredosagem, e efeitos secundários

O iodo encontra-se no peixe e marisco, molho de peixe, ovos e sal marinho. As algas marinhas são uma fonte especialmente boa de iodo. O ser humano consegue tolerar quantidades bastante grandes de iodo. Contudo, a ingestão prolongada de iodo pode inibir a secreção de hormona tiroideia e provocar hiper- e/ou hipotiroidismo (metabolismo demasiado aumentado ou diminuído). O iodo radioactivo pode acumular-se na glândula tiróide e provocar hipotiroidismo e ainda outros tipos de lesão e cancro.

A suplementação com iodo, na doença da tiróide, também requer selénio

É controversa a administração de suplementos de iodo a pessoas com problemas da tiróide, como doença de Hashimoto, que provocam metabolismo diminuído. Em algumas, a situação agrava-se, com sinais súbitos de produção elevada de anticorpos que podem atacar a tiróide. Outras pessoas que tomam suplementos de iodo mostram sinais claros de melhoria com níveis de anticorpos diminuídos. Há cada vez mais sinais de que a ingestão concomitante de suplementos de selénio contribui para melhorar o equilíbrio entre os dois oligoelementos, que são importantes não só para regular as hormonas tiroideias, mas também ajudar a desintoxicar o organismo quando exposto a mercúrio, flúor, cloro e bromo. Além disso, o selénio é um antioxidante potente que protege a tiróide contra os radicais livres e o tipo de inflamação que, geralmente, se observa em doenças da tiróide auto-imunes, como a doença de Hashimoto e a doença de Graves. As pessoas que sofrem destas doenças podem ter vantagem em ler sobre a importância da suplementação de iodo e selénio e debatê-la com um médico bem informado.

Referências:

Anne Krejbjerg. Den Danske Jod - genundersøgelse af befolkningen efter jodberigelsen. Thyreoidea Landsforeningen 2014

Pernille Lund: Har du problemer med stofskiftet? 2015

Janie Bowenthorpe. Stop stofskiftevanviddet. 2014

Dansk jordbrugsforskning. Selenanvendelse i dansk landbrug. 2006.

The chronic autoimmune thyroiditis quantity of life serum trial (CATALYST): Study protocol for a randomized controlled trial
http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1745-6215-15-115.pdf

Selenium supplementation for patients with Graves' hyperthyroidism (the GRASS trial): study protocol for a randomized controlled trial
http://www.biomedcentral.com/content/pdf/1745-6215-14-119.pdf

http://ing.dk/artikel/giftige-fluorstoffer-fundet-i-grundvandet-170585



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