Q10 e Como Lidar com os Efeitos Secundários das Estatinas
Há cada vez mais médicos a prescrever estatinas. Estas bloqueiam a actividade da enzima HMG-CoA no fígado, uma enzima que facilita a síntese do colesterol.
Estatinas e Q10 - a mesma via biológica
Sabemos agora, por diversos estudos em humanos e animais, que as estatinas também inibem uma fase importante da produção de Coenzima Q10 do organismo. O Dr. Richard Deichmann resumiu os estudos, que mostram que os estados de insuficiência de CoQ10 podem ser consequência da toma de estatinas.
A toma de estatinas tem sido associada a níveis reduzidos de CoQ10 na corrente sanguínea e no tecido muscular. Por exemplo, um estudo publicado no Journal of Clinical Pharmacology mostrou que o tratamento com uma preparação de estatinas em dose moderada levou a níveis plasmáticos de CoQ10 significativamente reduzidos.
É verdade que as estatinas são eficazes na redução dos níveis de colesterol. Há poucas dúvidas sobre isso. Mas, como acontece com a maior parte dos medicamentos de prescrição, as estatinas têm efeitos secundários.
Dor muscular e fadiga
Sempre que o organismo sintetiza menos CoQ10 e, por consequência, produz menos energia a nível celular, muitas pessoas, especialmente as que tomam estatinas, sentem alguma dor muscular e alguma fadiga que de outra forma não sentiriam. Uma teoria plausível é a de que a redução na síntese de CoQ10, causada pelo uso de estatinas e pelo envelhecimento, limita a quantidade de energia que pode ser produzida nas células.
CoQ10 como terapêutica adjuvante
Tomar CoQ10 como terapêutica adjuvante pode ajudar a melhorar a dor e a lesão musculares causadas pelas estatinas. Em 2007, investigadores americanos publicaram os resultados de um estudo no American Journal of Cardiology, que mostrava que a ingestão regular de CoQ10, durante um período de 30 dias, tinha levado a uma redução da dor muscular em cerca de 40% dos doentes que tomavam estatinas. A CoQ10 permitiu aos doentes tolerarem melhor a respectiva medicação com estatinas.
Em 2012, 20 atletas, de 50 ou mais anos e a tomar estatinas, foram seleccionados aleatoriamente para um grupo de tratamento com CoQ10 (200 mg/dia) ou para um grupo placebo, para participar num estudo cruzado duplamente cego de seis semanas. Quando os atletas mais velhos estavam a receber o tratamento com Q10, o tempo até ao limiar anaeróbio e o número de repetições do músculo quadricípite, que conseguiam fazer, aumentaram significativamente.
Segurança do Q10
Face a 30 anos de administração segura de Q10 em inúmeros ensaios clínicos e aos benefícios da utilização de Q10 para alívio da dor muscular induzida por estatinas, parece sensato complementar com 200 mg de Q10 diários. O melhor será tomar 100 mg de Q10 às refeições, ao pequeno-almoço e ao almoço ou ao jantar.
Complementar a alimentação com Q10 parece especialmente importante nas seguintes categorias de pessoas:
- pessoas idosas cujo organismo produz menos Q10
- pessoas que praticam exercício e têm mais necessidade de Q10 na produção de ATP
- pessoas que tomam medicamentos de estatinas
Não obstante, qualquer pessoa com uma vida agitada e desgastante deve tomar uma cápsula de Q10 por dia, com uma formulação documentada e de elevada absorção.
Fontes:
Deichman, R. et al. Coenzyme Q10 and Statin-Induced Mitochondrial Dysfunction. Ochsner J. 2010, Spr; 10(1): 16-21.
Ghirlanda G, et al. Evidence of plasma CoQ10-lowering effect by HMG-CoA reductase inhibitors: a double-blind, placebo-controlled study. J Clin Pharmacol. 1993 Mar;33(3:226-9.
Caso G, et al. Effect of Coenzyme Q10 on Myopathic Symptoms in Patients Treated with Statins. Am J Cardiol. 2007;99(10):1409-12.
Deichman, R. et al. Impact of Coenzyme Q10 on Parameters of Cardiorespiratory Fitness and Muscle Performance in Older Athletes taking Statins. Phys. Sportsmed. 2012, Nov; 40(4):88-95
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