Rumor sem fundamento provoca confusão sobre nutriente reconhecido:
Há apenas um tipo de Q10 com efeito documentado
Apesar de existirem duas formas de coenzima Q10 no nosso corpo - ubiquinona e ubiquinol - apenas um deles é capaz de produzir efeito. Este dado foi verificado recentemente por um dos investigadores que mais tem estudado a coenzima Q10.
A coenzima Q10 pode reduzir o risco de mortalidade por causa cardíaca, dado ser capaz de aumentar a força do músculo com insuficiência cardíaca crónica. Isto foi comprovado em dois estudos de larga escala, publicados em duas das mais reconhecidas revistas científicas mundiais.
A coenzima Q10 é uma substância muito bem documentada, contudo, muitas pessoas desconhecem que existem dois tipos de Q10 no corpo e na natureza: a ubiquinona e o ubiquinol. Os dois grandes estudos mencionados acima foram ambos realizados com ubiquinona, tal como a maioria da investigação conduzida com o Q10. Por outro lado, o ubiquinol quase não tem o seu efeito documentado.
Mais caro e menos estável
Recentemente, tem vindo a ser sugerido que o ubiquinol é a melhor forma de Q10, dado ter uma melhor absorção. No entanto, não existem estudos que comprovem esta hipótese. Pelo contrário. Parece não existirem benefícios na utilização de ubiquinol, que, além de ser mais dispendioso de produzir, é ainda muito menos estável do que a ubiquinona.
O principal investigador da ubiquinona
A ubiquinona é superior ao ubiquinol e isso foi explicado em pormenor no 8º Simpósio Internacional do Q10 em Bolonha, Itália, por um dos principais investigadores de Q10, o reconhecido médico norte-americano, Willliam Judy. O cientista realizou vários estudos com a ubiquinona durante meio século. Também é conhecido como "O padrinho do Q10 ", Judy subiu ao palanque para esclarecer as diferenças entre os dois tipos de Q10, enquanto o público aguardava ansioso para ouvir a sua explicação.
Ubiquinol é convertido
Com o objectivo de investigar como ubiquinona e ubiquinol actuam, o investigador desenhou um estudo onde deu a voluntários, doses diferentes de ambos os tipos de Q10 (100 e 300 mg). Entre outras coisas, o estudo mostrou que:
- Ubiquinol é facilmente convertido em ubiquinona. Isto acontece logo que fica exposto ao oxigénio (do ar) ou entra em contacto com o ácido gástrico e / ou fluídos intestinais
- Ubiquinol e ubiquinona são absorvidos no estômago e no intestino delgado
- Não existe diferença entre tomar ubiquinol ou ubiquinona, uma vez que a biodisponibilidade dos tipos de Q10 é praticamente a mesma
- Não há benefícios imediatos usando o ubiquinol, uma vez que é convertido em ubiquinona no sistema digestivo. Além disso, o ubiquinol é mais caro e menos estável.
Resumindo: a ubiquinona tem efeito documentado
Mais importante do que a discussão sobre a absorção, é analisar qual das duas formas de Q10 está mais bem documentada. Existem poucos estudos feitos com ubiquinol em animais e humanos. Por outro lado, praticamente toda a investigação com Q10 foi conduzida com a ubiquinona.
Os dois estudos mais relevantes neste contexto são o Kisel-10 e o Q-Symbio. Ambos foram conduzidos com o mesmo produto (de uma marca dinamarquesa) que contém ubiquinona numa fórmula única que garante uma melhor biodisponibilidade.
Ubiquinol terá que passar por testes
A única forma de determinar se o ubiquinol tem um lugar no futuro da investigação acerca do Q10, é através de estudos que avaliem a sua absorção e determinem o seu efeito fisiológico. Até agora, estes resultados não foram estabelecidos, pelo que os estudos continuarão a ser conduzidos com a ubiquinona.