Alimentação saudável e suplementos nutricionais contrariam a deterioração física das mulheres
As mulheres que fazem uma alimentação saudável podem prevenir ou retardar a deterioração física. Mas qual é o tipo de alimentação que tem o efeito melhor? E de que modo podem determinados nutrientes, que são difíceis de obter na alimentação, melhorar o efeito global?
Num grande estudo recente, realizado por cientistas do Brigham Women’s Hospital, constatou-se que as mulheres que faziam uma alimentação saudável eram muito menos susceptíveis de decair fisicamente mais tarde na vida. Segundo Francine Grodstein, que coordenou o estudo, não existem muitos estudos que investigassem de que modo a alimentação afecta o funcionamento físico mais tarde na vida. Todavia, porque estas funções são essenciais para mantermos a mobilidade e a autonomia, a equipa de cientistas dispôs-se a estudar esta questão.
A qualidade dos alimentos é importante
Os investigadores analisaram 54.762 mulheres, que já tinham participado num outro grande estudo denominado Nurses’ Health Study. Com início em 1980, os hábitos alimentares das participantes foram registados de quatro em quatro anos em questionários especiais, e, entre 1992 e 2008, também se avaliou a capacidade física das participantes de quatro em quatro anos.
Os investigadores constataram que uma maior ingestão de legumes e fruta, combinada com um menor consumo de bebidas açucaradas, ácidos gordos trans, sal e álcool, estava associada a menor risco de deterioração física. Os cientistas verificaram que a laranja, a maçã e a pêra, alface romana, ou outros tipos de saladas verdes, e nozes tinham efeitos particularmente positivos. Contudo, também observaram que estes alimentos em concreto, tinham um efeito inferior ao de uma alimentação saudável e equilibrada, que geralmente contém muito mais nutrientes essenciais. Isto mostra que é muito mais importante fazer uma alimentação com grande variedade de alimentos de primeira qualidade do que cingir-se apenas a determinados alimentos.
A saúde física é determinante para a sua autonomia
Segundo Kaitlin Hagan, dá-se muita atenção às doenças crónicas, ao cancro e à doença cardiovascular mas, no dia-a-dia, pensa-se pouco nas funções físicas gerais. Não obstante, é extremamente importante mantermo-nos fisicamente saudáveis e enérgicos, especialmente à medida que envelhecemos, para realizar actividades tão básicas como vestir, caminhar, e deslocarmo-nos sem ajuda de terceiros. O estudo do Brigham Women’s Hospital está publicado no Journal of Nutrition.
Fortaleça o coração – é o principal motor do organismo
O coração é o principal motor do organismo que impulsiona, como uma bomba, o sangue por todo o organismo. O coração é, por isso, vital para as nossas capacidades físicas ao longo da vida. Ainda que se mantenha um estilo de vida saudável e se faça uma alimentação correcta, a perda de energia é inerente ao envelhecimento. Em parte, isto decorre da menor produção de coenzima Q10, uma substância essencial ao metabolismo energético celular. Muitos de nós notam diminuição da vitalidade depois dos 50 anos. E uma das razões principais é que os níveis de coenzima Q10 no tecido cardíaco descem porque o organismo produz menos desta substância. É possível compensar o decréscimo da produção endógena de coenzima Q10 com a toma de um suplemento de coenzima Q10 de qualidade superior. Na verdade, poderá valer a pena incluir o selénio, que é conhecido por melhorar o efeito da coenzima Q10.
Q10 e selénio dão mais resistência física e reduzem em 50% o risco de morte cardíaca
O Dr. Urban Alehagen, cardiologista sueco da Universidade de Linköping, coordenou o reputado estudo KiSel-10 em que se observou como um grupo de homens e mulheres idosos, que receberam suplementos diários de coenzima Q10 e selénio, tinha uma mortalidade cardiovascular 54% inferior à de outro grupo de idosos que receberam placebo (comprimidos inertes). O grupo do suplemento também apresentava melhoria do funcionamento do músculo cardíaco, o que contribui para o aumento da resistência física, da saúde mental e da qualidade de vida em geral.
A associação da coenzima Q10 com o selénio é importante por várias razões. Em primeiro lugar, a produção endógena de coenzima Q10 diminui com o avançar da idade. Em segundo lugar, o solo escandinavo é pobre em selénio. Em terceiro lugar, a coenzima Q10 e o selénio actuam em sinergia no corpo humano. O selénio também ajuda as proteínas a formarem massa muscular.
As pessoas idosas precisam de mais proteínas para a massa muscular
A massa muscular tem um papel determinante para a capacidade física ao longo da vida. Infelizmente, há muitos factores que influenciam a perda de massa muscular relacionada com a idade. Em termos de alimentação, os investigadores têm cada vez mais consciência da maior necessidade de proteínas. A recomendação oficial de ingestão diária de proteínas é de 0,8 gramas por quilo de peso corporal, mas nos últimos anos os cientistas têm recomendado que os idosos obtenham, pelo menos, 1-1,2 gramas se possível, para manterem massa muscular saudável. De preferência, as proteínas devem ser provenientes de um regime alimentar equilibrado, com fontes de proteína animal e vegetal. Garante-se assim a presença de todos os aminoácidos.
Bibliografia:
Brigham and Women´s Hospital. For women, healthy diets may help with mobility when aging. ScienceDaily. 2016
https://www.sciencedaily.com/releases/2016/06/160622192426.htm
Francesco Landi et al. Protein Intake and Muscle Health in Old Age: From Biological Plausibility to Clinical Evidence. Nutrients 2016
Linnane et al. Cellular redox activity of coenzyme Q10: effect of coQ10 supplementation on human skeletal muscle. Free Rad Res 2002
Alehagen U, et al. Cardiovascular mortality and N-Terminal-proBNP reduced after combined selenium and coenzyme Q10 supplementation. Int J Cardiol. 2012
Pernille Lund. Q10 – fra helsekost til epokegørende medicin. Nu Videnskab 2014