Mais energia com Q10!
Anda sempre de um lado para o outro. Consome imensa energia durante o dia. Sabe, certamente, que o organismo produz algo chamado ATP (adenosina trifosfato) nas células e que utiliza a ATP para gerar energia. Contudo, as células produzem e armazenam apenas uma determinada quantidade de ATP. Com grandes esforços, estas reservas de ATP esgotam-se rapidamente.
E a que propósito vem a Coenzima Q10? Primeiro que tudo, é uma substância lipossolúvel que se sintetiza no organismo, num processo multifásico complicado que precisa da disponibilidade ideal de várias vitaminas, muito particularmente da vitamina B6.
Estudos de investigação mostraram dois factos que devemos estar cientes: 1) a produção de Q10 diminui com o avançar da idade, e 2) à medida que envelhecemos, mais difícil se torna obter Q10 suficiente nos alimentos que ingerimos.
As duas funções importantes do Q10
O Q10 é conhecido por desempenhar duas funções vitais nas nossas células, especialmente nas células do músculo cardíaco.
Em primeiro lugar, o Q10 aumenta a produção de energia. É necessário para a síntese da molécula de energia ATP nas mitocôndrias das células. Isto é muito importante porque a ATP é o que as células utilizam quando precisam de energia.
Em segundo lugar, o Q10 tem um papel antioxidante importante nas membranas celulares e nas lipoproteínas. Como tal, pode ajudar a proteger-nos de doenças degenerativas.
Neste artigo, vamos focar-nos no papel do Q10 na produção de energia.
O papel do Q10 na produção de energia
O essencial da produção de energia é que as moléculas de glucose de alta energia reagem com as moléculas de oxigénio, para produzirem os produtos de reacção de dióxido de carbono e água e energia.
Efectivamente, as células deixam entrar os nutrientes (glucose) e expulsam os produtos residuais (dióxido de carbono e água), e produzem energia na forma de ATP.
Neste processo, a produção de energia pelas células deve-se ao facto dos produtos da reacção CO2 e H2O serem moléculas de muito mais baixa energia do que as moléculas de glucose.
Q10 e a cadeia de transferência de electrões
As moléculas de Q10 transferem os electrões para outros compostos que estão aptos a receber electrões. Simultaneamente, as moléculas de Q10 transferem os protões para fora da membrana interna das mitocôndrias. Quando os protões voltam ao interior das mitocôndrias, liberta-se energia. Esta energia é usada para formar ATP.
A produção líquida de moléculas de ATP de uma molécula de glucose é 32 ou 34, consoante as condições na membrana mitocondrial interna. Ao todo, no processo de respiração celular, são produzidas 36 ou 38 moléculas de ATP a partir de uma molécula de glucose.
Que fique claro que as moléculas de Q10 têm de estar presentes para a libertação da energia necessária à produção de ATP. Cada molécula de Q10 pode ser utilizada várias vezes, sendo reduzida e oxidada muitas vezes, alternadamente, até se desintegrar e precisar de ser substituída.
Como as moléculas de Q10 acabam por se desintegrar, precisamos de estar constantemente a sintetizar ou ingerir mais moléculas de Q10.
Necessidade constante de Q10
O nosso organismo armazena ATP suficiente para, num dado momento, alimentar esforço vigoroso durante vários minutos. Assim, se estivermos activos, utilizamos Q10, com mais ou menos persistência, para produzir mais ATP. Mesmo em repouso, o nosso músculo cardíaco está a esforçar-se, pelo que é sempre preciso que se produza mais ATP.
Quão eficientes somos no processo de produção de energia? Os manuais de biologia dizem-nos que cerca de 40% da energia numa molécula de glucose são transferidos para ATP. A restante energia da molécula de glucose perde-se como energia térmica.
De produção energética aeróbia a anaeróbia
Todos sabemos, por experiência própria, o que acontece quando nos esforçamos demasiado e as nossas células não obtêm oxigénio suficiente com a rapidez necessária. Os tecidos musculares mudam da produção de energia aeróbia para produção de energia anaeróbia, o que, por um curto período, fornece a energia necessária para continuar.
Mas o ácido láctico que se acumula nos músculos durante a produção de energia, na ausência de oxigénio, é tóxico para as células e, quando o sangue já não consegue conduzir o ácido láctico que se acumula, começamos a sentir-nos cansados e com cãibras.
Produção de energia anaeróbia ineficaz
Durante o período de produção de energia anaeróbia, apenas são produzidas duas moléculas de ATP de cada molécula de glucose. Uma taxa de eficácia pouco acima de 2%.
O oxigénio é, portanto, muito importante para a produção de energia eficaz e sustentável.
Mas pense nisto! As moléculas de ATP não podem ser produzidas pelas moléculas de glucose, a menos que haja moléculas de Q10 disponíveis para desempenharem a sua função na fase quatro do processo de respiração celular.
É preciso ficar assente que necessitamos de ter um aporte adequado de Q10 com boa disponibilidade, sempre que façamos exercício físico e à medida que a idade avança.
Mas mesmo os mais jovens, ou aqueles que não estão predispostos para praticar exercício físico vigoroso, têm um músculo cardíaco que está constantemente a trabalhar, e as células do coração precisam constantemente de energia. E para obter energia da ATP, as células precisam de Q10.