A deficiência primária de Q10 é uma disfunção rara em que a incapacidade do organismo de sintetizar Q10 pode levar a um tipo raro de doença nefrótica, que não é passível de tratamento com medicamentos. Contudo, segundo um novo estudo, publicado em Kidney International, tudo indica que a suplementação com Q10 pode reduzir a excreção de proteínas pelo rim, proteger a função renal e diminuir a mortalidade. Com base nestes achados, os cientistas concluíram que todos os doentes com deficiência primária de Q10 devem, de preferência, fazer terapêutica de Q10 precoce e para a vida, de modo a impedir a progressão da doença e a evitar futura lesão orgânica.
O Q10 intervém na renovação energética celular, além de ser um antioxidante potente que protege células, tecidos e o sistema cardiovascular, de diversas formas. O ser humano sintetiza a maior parte do seu próprio Q10, mas a produção endógena deste composto diminui com a idade. Além disso, determinadas doenças estão associadas à diminuição endógena da síntese da coenzima Q10, e os cientistas observaram que a suplementação com Q10 tem potencialidades para minorar vários sintomas associados a doença cardíaca, diabetes, doença renal, enxaquecas, síndrome de fadiga crónica e fibromialgia. O Q10 também pode melhorar a função cardíaca de idosos saudáveis, reduzindo, assim, o risco de morte por doença cardíaca destas pessoas. O organismo tem dificuldade em absorver Q10, pelo que os cientistas sublinham a importância de tomar formulações de qualidade farmacêutica.
O rim efectua a depuração do sangue. O bom funcionamento do rim é vital para o sistema circulatório e para a saúde em geral. O funcionamento normal das células, incluindo as células renais, depende de uma série de proteínas que contêm selénio e da coenzima Q10. Os estudos mostram que as pessoas mais velhas em muitas regiões do mundo, Europa incluída, têm insuficiência de ambas as substâncias. Daí que uma equipa de cientistas suecos tenha realizado um estudo em que investigaram a concentração de selénio e a função renal num grupo de idosos. Os participantes receberam levedura de selénio e coenzima Q10 ou placebo, durante um período de quatro anos. Os resultados mostraram que o grupo que recebeu suplementos apresentava melhor função renal, segundo vários parâmetros, comparativamente ao grupo de placebo. O efeito positivo no metabolismo energético celular, na inflamação e no stress oxidativo foi atribuído aos dois suplementos. O estudo está publicado na revista científica Nutrients.